Escalada em rocha no Chile | + neve e água caliente | Rio Caminhadas.com.br

Escalada em rocha no Chile | + neve e água caliente

Fotos/Vídeos: Anne, Bernardo Monteiro, Claudio Pereira, Claudney Neves, Hans Rauschmayer, João Paulo, Julio Bomfim, Marcia Shimamoto

Depois que comecei a utilizar a escalada para viajar, rodei, principalmente, por alguns estados do Brasil e uma parte da América do Sul. Ainda não conhecia um certo país em forma de tripa, até que Guilherme sugere o seguinte: “- Bôra pro Chile?!”. Fácil de convencer como sou, falei “- É uma, bôra!”

A idéia inicial seria conhecermos Cochamó, mas por alguns motivos acabamos desistindo, até porque não era a época ideal. Partiríamos em setembro. Depois da viagem perfeita para Yosemite ficamos curiosos para conhecer os paredões chilenos que são comparados aos gringos, massss… ficou pra depois.

Comecei a pesquisar, perguntar, googlear e resolvemos, então, escalar próximo de Santiago. O primeiro destino seria Las Chilcas, pela proximidade, facilidade de acesso e informações encontradas no guia de lá, que você pode ver aqui. O segundo local estava entre Torrecillas Las Melosas. Depois de trocar alguns e-mails com a Adriana Mello, que passou dicas interessantes, achei que o segundo seria a melhor opção.

Um coisa difícil de conseguir para escalar no Chile são informações. Encontramos o guia de algumas áreas – aquele ali de cima – e alguns outros artigos no site mais completo que descobrimos, o Escalando.org, que mesmo assim, peca por falta de muitos detalhes, principalmente de acesso.

Uma opção que tínhamos e não usamos foi visitar o muro que há na cidade, este aqui. Talvez, com os escaladores seja fácil conseguir algumas dicas.

Nesse meio tempo o grupo começou a se formar, de duas pessoas chegamos a onze, depois dez… Até que o dono da idéia teve que desistir da empreitada, seu irmão sofreu um acidente e ele precisou ficar no Rio. Viajamos em nove, em diferentes épocas e com diferentes interesses.

Hans, Julio e eu partimos dia 2 de setembro (2010), chegamos em Santiago na madrugada de quinta para sexta. Trocamos alguns poucos dólares no aeroporto e saímos. No caso de três pessoas e devido ao horário (quase 2h da manhã), foi mais barato pegar um táxi até o hostel onde ficaríamos. Pagamos cerca de 17.000 pesos chilenos. Na cotação da época, uns R$ 60. Uma opção mais barata, pra quem chega mais cedo, é pegar um ônibus ou táxi até uma estação do metrô e, de lá, continuar até o hostel que reservamos, ao lado de uma.

O horário de funcionamento do metrô varia de acordo com cada estação, veja aqui aqui um mapa de toda a linha, que atende muito bem à cidade.

Já que entramos no assunto, a conversão da moeda é um problema… Zeros demais. 1 real equivale a, mais ou menos, 286 pesos, ou seja, para facilitar, basta dividir os milhares de pesos por 300 e teremos, aproximadamente, o valor em reais. O dólar é mais valorizado lá, a maioria preferiu levar essa moeda e trocar por pesos no Chile.

Escolhemos o hostel, mais uma vez, através do Hostelbookers. Optamos pelo Footsteps Backpackers. Bom atendimento, muito bem localizado, ao lado de uma estação do metrô (Baquedano), em frente à Federação Chilena de Andinismo, próximo a supermercados e comércio (US$ 9 a diária em quarto coletivo). Os únicos pontos negativos foram o chuveiro quente, que chegava a ser um exercício de paciência para acertar o ponto para que a água não ficasse estupidamente gelada ou pelando de tão quente. O outro foi o limite de horário para acessar a internet. Meia-noite, dependendo da recepcionista, o computador e modem eram desligados.

Rodrigo nos recebeu e ocupamos nosso quarto, finalmente.

Tava precisando de uma UPP aqui 😀

Federação de Andinismo

Edu RC tava por lá

 

Acordamos sexta para encontrar Amanda e Anne, que haviam chegado um dia antes.

Uma coisa que é certa quando um escalador viaja para lugares onde equipamentos são baratos são os pedidos para comprá-los. E no Chile são bem baratos. A lei é: “Claro que compro, sem problema, mas usarei todos :)”. E assim fizemos, a tropa comprou os equipamentos que usariam e trariam de volta ao Brasil, testados, para seus felizes donos.

Na Avenida Apoquindo há duas lojas próximas uma da outra, a Just Climb, no nº 4900 e a La Cumbre, no nº 5220. A primeira tem um ótimo atendimento, mas não há tanta variedade quanto a segunda, onde os atendentes são menos comunicativos. Para chegar em ambas basta pegar o metrô, descer na Estação Escuela Militar ou Manquehue e andar uns 5 minutos. Também há um pequena loja dentro da Federação de Andinismo, em frente ao hostel, mas com poucos equipamentos à venda. Em todo caso, em uma urgência, basta atravessar a rua e comprar o que estiver precisando.

Almoçamos por ali mesmo, em um restaurante de comida chinesa e tomamos um ótima cerveja artesanal na tenda ao lado da Just Climb. Voltamos para o albergue para deixar as novas aquisições e fomos comprar os mantimentos para o acampamento em Las Chilcas em um supermercado próximo. Logo após o final da praça em frente à rua do hostel. Julio e eu saímos bebendo um latinha de cerveja. Depois soubemos que em Santiago não é permitido consumir bebidas alcóolicas em locais públicos, a não ser em bares. Se os carabineiros virem, você terá problemas. Devia ser por isso que as pessoas no supermercado olhavam tanto para nós! 🙂 Voltamos para o hostel e fizemos uma macarronada para fechar a noite. Claudio chegou nessa madrugada.

Amanda e Anne aproveitaram o dia que tiveram livre antes de chegarmos e foram esquiar no Valle Nevado. Pegamos o contato do transporte que elas utilizaram e seguimos – por insistência de alguns – no mesmo para Las Chilcas (US$ 25 cada). Voltaríamos de ônibus. O cara é filho de um brasileiro com uma chilena e fala português. Marcio, E-mail: m.castro_69@hotmail.com Telefone: 09 944 0561.

guia indica todo o esquema para chegar de ônibus em Las Chilcas. Na volta, vimos que é muito fácil ir também de coletivo. O motorista não conhecia o lugar, tivemos que seguir as indicações do guia para chegarmos. A dica para não passar direto é prestar atenção nas placas de quilometragem na estrada. Basta ficar atento ao Km 79. A Ponte Los Loros fica nessa altura e é aí que você deve desembarcar. O guia também fala sobre os dois locais de camping. Um ao lado da estrada, que não é recomendado, devido ao barulho e exposição, tanto ao clima quanto à pessoas mal intencionadas, e um segundo, à 400 m dali, entre árvores. Ficamos nesse último. Aconselho a ler também a seção “Peligros” do guia. Não tivemos nenhum problema durante nossa estadia, mas nunca se sabe.

Montamos as barracas e fomos escalar. Resolvemos seguir a dica de escaladores locais e entramos nas vias do lado oposto da estrada, no Setor Profesor Rossa. A rocha em toda a área é o conglomerado. Subimos a Coqueconcoca (5.8) e a Gertrudis (5.10b) nesse setor. Voltamos para o lado da estrada onde estava o camping e entramos na La Furia del Ermitano (5.10d), uma viazinha bruta no El Cubo. O final da tarde chegou trazendo um vento gelado. As meninas resolveram andar uns 3 Km e foram a uma venda ali perto, o Torofrut. Recomendamos cuidado e o método da Teta Assustada para proteção contra gente mal intecionada.

À noite comemoramos meu aniversário com música dos celulares e conversas regadas à vinho chileno.

Primeiro dia de escalada

Amanda

Julio

Claudio, Hans e eu

 

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