Fotos: Filipe Careli, Karla Paiva e Claudney Neves
Em outubrode de 2015 conheci pela primeira vez a região de El Chálten. Foi uma viagem de família, com a Karla e nossas filhas, então com 16 e 19 anos, além de quatro amigos.
Na época, metade do grupo fixou base no Hostel Hem Herhu, onde conhecemos Hugo, o proprietário que acabou tornando-se nosso amigo. A outra metade ficou em hotéis diferentes.
Era primavera. Tivemos quase todos os dias perfeitos. Fizemos as trilhas clássicas e nos apaixonamos completamente pelo lugar, tanto que resolvemos voltar em 2017…
Dessa vez, a ideia seria acampar dentro do Parque Nacional Los Glaciares e fotografar o outono patagônico. O grupo, estava formado por Karla e eu, Filipe Careli e Gabi Pedroza, sua esposa.
Começamos a pensar no que poderia ser melhorado em nosso equipamento, seguindo os conceitos do Backpacking Light, que conhecemos pela primeira vez em um Papo de Montanha no Clube Excursionista Light e depois em duas matérias na revista do Clube, veja aqui e aqui.
Organizamos a tralha e partimos para o maior desafio, encontrar passagens aéreas que não exigissem a venda de um rim para conseguirmos pagar. Sim, o trecho aéreo não é barato. Conseguimos por R$ 1500/pessoa ida e volta.
O que saber ao comprar as passagens?
A empresa que faz esse trecho é a Aerolíneas Argentinas. Reza a lenda que há vôos da Gol, mas os que vimos mostravam valores surreais.
Não tenha esperanças de encontrar promoções exatamente nos períodos pretendidos, como falei acima, o trecho está longe de ser barato.
Procure por passagens onde os dois trechos cheguem e saiam do mesmo aeroporto em Buenos Aires, já que a cidade possui dois e não ficam próximos um do outro. O terminal Aeroparque é mais central, já o Ezeiza não.
Se não conseguir sua conexão com esse conforto, verifique os horários de chegada e partida dos vôos e compare com o transfer que a empresa oferece.
Se não coincidirem é preciso reservar mais alguma “plata” para o gasto extra com táxi ou ônibus de linha.
Depois de tudo comprado e organizado, faltando um pouco mais de um mês para a viagem, Gabi quebrou o pé em uma trilha simples na Floresta da Tijuca 🙁 Uma história à parte…
Depois de algumas definições, o casal decidiu que Careli iria com a gente.
Quando ir?
A alta temporada lá vai de dezembro a março, quando o tempo bom do verão atrai muita gente para a cidade, ou seja, os hotéis ficam lotados e tudo fica mais caro.
Fomos na primavera em 2015 e não havia tanta gente, pegamos pouco vento e tempo firme na maioria dos dias que ficamos por lá.
Nessa viagem escolhemos o outono por causa de uma dica do Hugo, que fez um enorme comercial com as cores da vegetação e a maior calmaria da cidade. Realmente não tinha tanta gente, mesmo não dando para definir como cidade vazia. Depois descobrimos, antes de viajar, que essa é a época preferida dos fotógrafos. Chegando lá vimos porque!
O câmbio e mais detalhes
Pegando como base a viagem de 2015, definimos que R$ 1.000 por pessoa seria suficiente para cobrir todos os gastos da viagem – entre 13 e 22 de abril – incluindo transporte El Calafate-El Chaltén-El Calafate, hospedagem e comida, além de lembrancinhas, que sempre nos pedem. Levamos em real mesmo e foi suficiente.
Há um regra básica, que na viagem para Chaltén não funciona… O pior lugar para trocar seu dinheiro por moeda local é o aeroporto. Em Buenos Aires a casa de câmbio pagava 4,80 pesos por cada real. Não verificamos antes e perdemos muito, pois deixamos para trocar tudo em Chaltén, onde achávamos que seria melhor. Lá a melhor cotação foi de 4 pesos por cada real 🙁
Detalhe, o aeroporto de El Calafate não possui casa de câmbio e nem sempre é fácil encontrar quem aceite nossa moeda por lá. Então, a dica é verificar antes se vale à pena já levar pesos aqui do Brasil ou trocar, infelizmente, no aeroporto de Buenos Aires ou em outra casa de câmbio se houver tempo suficiente.
Arrumamos as mochilas e embarcamos às 20h40 do dia 13 de abril. Chegamos em Buenos Aires 00h05 do dia 14, onde aguardamos até 5h10 para decolarmos novamente. Nesse meio tempo pagamos R$ 37 em dois sucos de laranja e depois cochilamos!
Aterrissamos em El Calafate às 8h25.
Como chegar em El Chaltén
É preciso voar até El Calafate – cerca de seis horas a partir do Rio de Janeiro – com escala em Buenos Aires -, sem contar o tempo parado para a conexão – onde fica o Glaciar Perito Moreno, que é um passeio bem turistão. Se não estiver interessado nesse tipo de diversão, basta pegar um transporte desde o aeroporto direto para Chaltén. Há vans e táxis, que eles chamam de Remis. Com as primeiras – Las Lengas – não há desenrolo, já com os hermanos taxistas é possível negociar o valor da corrida.
Nas Las Lengas nos cobraram 700 pesos a ida para Chaltén e 500 a volta. Como só faríamos a viagem de ida naquele dia, sairia por 2.100 pesos somando nós três.
Já o táxi começou cobrando 2.800 pesos para os três, negociamos e caiu para R$ 600 – pois só tínhamos essa moeda – convertendo para pesos ficou por 2.400, com cotação de 4 pesos por real.
No final das contas, o valor que pagaríamos seria o mesmo, já que Las Lengas trocaria cada real nosso por 3,5 pesos, mas os Remis economizam cerca de uma hora de viagem. Chegamos em Chaltén 11h10, duas horas depois de partir do aeroporto.
Na volta, de Chaltén para El Calafate, pagamos 450 pesos cada, na rodoviária, em um ônibus de linha, que tivemos a opção de pegar em frente ao Rancho Grande, bem mais próximo do abrigo de onde estávamos que a rodoviária.
Em 2015, voltamos em uma van, que busca os passageiros em suas respectivas hospedagens. Também compramos a passagem dessa na rodoviária, na época. Portanto é bom se informar sobre isso, para não andar à toa.
Excelente relato. Muito util para quem pretende fazer essa viagem. Obrigado meu amigo!
Muito obrigado, amigão! A ideia é essa mesmo, ajudar quem precisa de informações 😉
Abração.